quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A flor do meu amor


Oi Amor, tudo bem? Hoje perdi a noção do tempo pensando em você. Senti sua falta por horas ou dias, sei lá. E você faz dessas coisas comigo. Mas não estou a reclamar, não mesmo, até gosto. E é tão bacana que depois você vem toda dengosa e cheia de não-me-toque-ponto-com. Aí é que o troço pega, e é fogo. E tuas pernas embalam minha dança e caiu no teu colo. Vou dormir feito criança com cheirinho de amaciante no nariz, e feliz como quem olha uma abelha por horas, e como ela (e voce) fica parada, toda tranquila a deitar em flor.

A santa pudice de uma pudice santa.

Me impressiona até hoje as pessoas temerem falar sobre sexo. É tudo as escondidas, como crime, como estupro ou sei lá.

E todos fodem no meio da noite, do dia, da rua. E fodem.

A vaidade vadia

Queremos exibir o melhor mas ver o pior de todos. São fotos, frases bonitas, check-in em lugar chique, o filho que passou no colegial e por aí anda a coisa. E gostamos de reclamar dos outros, de ver a vida passar contando suas desgraças e cantando cólera.

Um milagre, aleluia!




Meus queridos políticos, contrariando as projeções que dizem por essas e outras bandas, nosso querido mundo não acabará em 2012 e vocês finalmente terão a chance de consertar essa bagunça chamada Brasil sil sil.

Os sortudos eleitos receberão das mãos do povo uma varinha mágica, igualzinha a do Harry Poter (lembram dele? Um garotinho safado que ficava atrás da jovem Ermione). A tal varinha vem com poderes fantásticos. Vocês poderão transformar água em vinho, multiplicar pães, essas coisas. Mas claro, ninguém quer repetir milagre. Vamos inovar e satisfazer os desejos da galera.

Como primeira providência trocar de lado os pesos da balança impostos x salário. Uma redução nos impostos, mas reduzir mesmo, melhor, reduzir não, zerar tudo e modificar o modo de arrecadar dinheiro. Serão feitas doações, algo voluntário mesmo, já que somos pessoas tão solidárias. Vamos sustentar tudo com nossos altos salários. Podem até estipular o famoso 10%. E com relação ao nosso sustento, aumento! E pra deus e o mundo, um grande aumento, algo sem medida.

Feito isso, começaremos nossa punheta coletiva. Iremos gastar e gastar e gastar, satisfazendo nosso desejo louco de consumo. Compraremos carros, motos, bicicletas e até caminhões. Aipodes, aipedes, aiquilo, aiisso, aitudo. Entupiremos nossas casas com toda parafernália de coisas e cantaremos felizes em coro com nossa queridinha Vanessa da Mata.

Mas nem só de consumo vive o homem, muito menos de pão. Chegou a hora de investir na saúde, cultura e educação e outras coisas nem tão interessantes. Hospital em toda esquina, clínicas para lipoaspiração e coisas do tipo, como plástica para bunda e seios (nossas mulheres terão peitos e bundas grandes com seus narizes finos), salão de beleza onde faremos nossas escovas marroquinas e pintaremos nossas unhas de verde, amarelo, azul e branco. Shows e mais shows no meio da rua, teatros, praças lindas e belas para nossos velhinhos jogarem porrinha e nossas crianças tomaram banhos de alegria nas fontes. Escolas! Por favor, não esqueçam das escolas, e universidades também. Creches com montanha-russa, carrossel, pula-pula e até balão ou um zepelim. Arranquem o asfalto das ruas e cubram com tapete feito de manteiga, para nossos carros importados deslizar.

Agora sim, vocês não serão mais chamados de filhos da puta e poderão descansar em paz.

E que sejamos abençoados, amém!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

A minha noite





Gosto da noite, dos carros, das cores, da luz, da falta da luz, do silêncio quebrado pelo burburinho daqueles que a gente nem sabe o nome, da calma, da agonia, das putas no meio da rua com sua sinaleira ligada, do táxi que passa lotado e não olha pra ninguém, do maluco que de tanto cheirar cola dormiu na calçada do Itaú, dos transeuntes com uma garrafa de bebida barata que riem para todos os lados e soltam xingamentos, dos calados que ficam sentados esperando o ônibus, dos tantos outros que andam e nem sei o que eles são. Gosto do mistério, de um tanto de tudo e das coisas que a gente pode fazer no escuro, como roubar um carro ou assaltar uma padaria. A noite é quase sempre melhor. E gosto do sol quando molha a pele, ela fica cor de mel e a gente deita na cama para amar e dormir.

Foto: Av. Rio Branco, Centro/RJ.

Complexo complexo.

Por que ostentar tanto título? É como ver o outro na merda, e falar para seus pares de merda, que o outro anda na merda.

Há quem se sinta bem, olhando o outro na merda.

Mentiras que falam a verdade

Há tanta mentira flutuando pelas ruas da internet. Parecem fotos cheias de edição pós-clique ou texto maquiados toscamente.

As fotos dos perfis são tão boas e belas, as frases românticas, de auto-ajuda ou qualquer coisa que o valha, mais belas não poderiam ser escritas.

E tudo não passa de maquiagem barata, daquela quando a gente acorda e tem um susto.

As biografias

Cansei de ler biografias, só falam quase sempre dos mortos. E o que os mortos ensinam? A morrer? Ninguém precisa aprender a morrer.

Quero os novos. E mudar feito camaleão no deserto. Acompanhando cada dia essa coisa louca que é vida.