quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Nadismo

Há uns dias estava no centro da cidade em companhia de uma pequena, daquelas legítimas nascidas de minha nobre costela. Era hora do almoço, e assim fomos papar. Depois paramos nas escadarias do Teatro Municipal. Um tempo passou e veio a mudez. E ali sentados (na verdade eu estava em pé fumando um cigarro), ela diz:
- Porra, que coisa boa. Nem sei há quanto tempo faço isso, ou não faço.
- Mas não estamos fazendo nada.
- Exatamente, nada! E que coisa boa é não fazer nada. Alias, nem é não fazer nada, não é? Mas ficar olhando a rua, as pessoas, essa coisa toda. Só pensar... Lembrei daquele papo de ócio criativo, sabe?
- Já ouvi falar. Acho que chamam isso de nadismo. Essa coisa de ficar parado prestando atenção, feito coruja ou gato.
- Coruja, gato, gostei. É por aí mesmo. Ah, lembrei daquela música "mania de você", da Rita Lee, conhece?
- Sim. E agora vamos sair da parte do não fazer nada.
- Sacana filho da puta! Cantada barata pra cima de mim? Mas vamos, que agora eu só quero deitar e rolar com você.

sábado, 26 de janeiro de 2013

A minha solidão, que é minha



Gosto da minha solidão, do meu silêncio. Gosto de olhar a vida, quieto. E na madrugada, na calma da madrugada, tudo me parece melhor. Me sinto meio guarda noturno, ouvindo o grito e sentindo o passo dos loucos. Minha rua da vida não é vazia, mas é quieta. E ela me diz tantas coisas, mas sem o som de qualquer palavra.


Foto: Cinelândia/RJ.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Que se foi, que se vá, mas fique


É difícil decorar um rosto, mesmo daquelas que sofreram uma paquera enquanto vamos de um lugar para outro. E entramos, saímos, indo e voltado de tudo que é lugar. Mas há algo de sempre bom, e é estranho. São conversas, músicas, gestos, toques, cheiros, e tudo mais que nos sobra. Não um rosto, nem porto, mas uma simples lembrança, que pode ficar pra sempre.

Os excluídos

Com exceção do home-hétero-branco-ateu-trabalhador, todo ser vivo tem seus defensores. Criança, adolescente, mulher, velho, negro, índio, homo, preso, religioso, mico-leão-dourado, pau-brasil, arará azul e o cacete... Todos são defendidos por uma ONG, Sindicato e uma sorte de grupos dos mais diversos. Nada mais justo, claro, visto que são pessoas que sofrem algum tipo de preconceito, maltrato ou coisa parecida. Mas aí aparecem os filhos da puta (sempre), para se aproveitar da nobreza de seus defensores e de uma mídia que só quer vender notícia. E viram notícia, quando por quase sempre, atrás de uma indenização. Basta uma bicha morrer que todo mundo diz: morreu porque era bicha, isso é homofobia, e blá blá blá. E se um negão não conseguir o tão sagrado emprego? Ah porra, só não consegui porque sou negro. Sem falar do pessoal que faz comédia, quase nada podem falar. E por aí caminha a humanidade.

De uns dias pra cá, tomei nota de três notícias, em que os coitados, foram lá chorar suas pitangas na barra da saia dos outros.

1- Um casal de lésbicas estava a mordiscar e bebericar umas e outras num restaurante na Lapa, e entre tais, trocaram um beijo. Segundo conta uma das ofendidas (deve ser a que faz o papel de macho), um sujeito chegou junto e pediu para elas saírem do local. As duas indignadas foram à delegacia, e entre papo furado e boletim: não se sabe ao certo quem é o sujeito; o dono do restaurante não reconhece ninguém com a descrição dada por elas, muito menos o tal cara consta na folha de pagamento; e outra, a velha e boa Lapa dá de dez em Sodoma e Gomorra, aceita até padre beijando puta, imagina duas mulheres?

2- Um delegado solta no Twitter que alguns de seus subordinados não estão dando conta do recado, inclusive os homens. Mas o danado tomou na lata porque falou: das 14 mulheres sob meu cacete, apenas uma é um macho de verdade. Pronto, o coitado foi exonerado do cargo e vão encher o saco dele até não quererem mais. Porra! Creio que ele estava falando com relação ao físico, ao dia-a-dia, ao lidar com toda qualidade de cabra safado, bandido, etc. E cá pra mim, isso é coisa de homem, caso contrário, não haveria sentido da famosa Lei Maria da Penha. Ah, um detalhe. Isso me fez lembrar da deliciosa Demi Moore no filme Até o Limite da Honra, em que ela protagoniza a Tenente Jordan O'Neil, que vai lá fazer o treinamento no grupo de elite da Marinha Americana, que pelo que sei, deixa o nosso querido Capitão Nascimento com inveja.

3- João e Maria, casal de brancos, em um belo dia de sol, juntamente com seu filho adotivo e negro (7 anos), vão à uma concessionária da BMW aqui na Barra da Tijuca, pois querem trocar o seu possante. Lá chegando, largam o menino em meio aos carros e vão conversar com o vendedor. Daqui a pouco, o danado do menino vai chegando junto dos três e o vendedor solta: ei menino, vaza que isso aqui é uma loja de carros, vai procurar tua turma. A mãe indignada e tomando as dores do filho, pega o menino pela mão e sai voando da loja, e o vendedor, correndo atrás sem saber o que fazer, fica a ver BMWs encalhadas. Chegando em casa, ela abre uma Fan Page por essas bandas com o título: "Preconceito Racial Não É Mal-Entendido", que já conta com mais de 80 mil seguidores. Puta que pariu! O cara quer vender um carrão de sei lá quantos mil reais, ganhar sua comissão e torrar a grana com a pequena, mas ao invés disso ele prefere tirar onda com o menino negro? Só se for muito idiota!

Claro, não sou contra a defesa dos injustiçados, como falei acima, é justo que haja quem os defenda. Mas mais justo, é defender quem realmente merece, é levar isso a sério, e não essa putaria em que qualquer coisa gera uma histeria sem sentido algum.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Foi e voltou.

O amor sempre perde, pois sempre acaba. Mas para o bem de todos, ele sempre volta.

Eu espero e gosto

Com exceção da  Nicole Kidman no filme De Olhos Bem Fechados, e uma namorada que tive por volta de dois mil e alguma coisa, toda mulher demora a se arrumar. Não importa se vai ao cinema ou casamento, a espera é certa. Isso é coisa que o homem não gosta, não suporta, principalmente se o sujeito está esperando a namorada na sala junto ao sogro, que assiste a um programa qualquer e pensa: porra, esse carinha anda a papar minha filhota. É tortura, e das grandes. Mas quando se casa, ou junta os panos de bunda, se amanceba, a coisa muda de figura. Passamos de meros esperadores, a um voyeur. E aí começa a maravilha de espetáculo.

Quando ela liga o chuveiro, é hora de desligar a TV e acomodar na cama. Se a pequena deixa aporta aberta, melhor ainda, pois o som da água descendo e o cheiro do sabonete misturado ao shampoo tomam conta do quarto. Após o banho, ela entre no quarto soltando a toalha molhada em cima da cama e vai ao guarda-roupa, depois passa em frente à cama só de calcinha, e você lá, estátua. Com um hidratante na mão, começa o ritual cremoso, cheiroso e gostoso. Quanta delícia pode haver numa mulher passando hidratante? Muitas, tantas! Volta ao guarda-roupa e pega um vestido, veste, fica em minha frente e pergunta se ficou bonita. Digo que sim, mas ela nunca vai com o primeiro vestido, ou segundo, ou terceiro. E diante de tantas colocadas e tiradas de roupa, me sinto um garoto a olhar por buracos de fechadura.

Por fim, cabelo, maquiagem e perfume no banheiro, e é nessa hora que vou tomar banho, deixo o box aberto, chuveiro caindo pouca água, e fito em cada detalhe, pois a noite só está começando e ela não calçou nem o sapato.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Ao Amigo




As vezes eu nem te ligo
e nem as vezes, quase sempre
mas você é meu amigo
ou são meus amigos.
Em datas especiais
me faço calado
mas sei de você
estou contigo.
Aqui no peito coração bate em ritmo lento
dançando a valsa da vida.
É afeto meu querido
é pensamento bonito.
Sabe daquelas nossas histórias?
Porra! Tantas histórias.
E você nunca quis nada de mim
nem eu de você.
Tudo flui calmo
em sua hora
e as vezes a gente não entende a hora
nem muito menos as coisas.
É assim mesmo meu amigo.
Nunca me senti rogado,
e nem me senti te traindo
pois sei do nosso afeto
que é um tanto bem quisto.
É respeito, é amor
é coisa sem compromisso.
As nossas galhofas e lagrimas
tudo muito tão vivido.
Nossas lutas e vitórias
e as derrotas?
Você me deu colo
e em teu colo, eu partido.
Divido contigo amores
dores, tristezas e sorrisos.
E para mim, você é muito
tudo que eu possa chamar de afeto
querido, amado e meu amor de amigo.

Para lavar














Para lavar cabeça, sinceridade
Para lavar mãos, consciência
Para lavar joelhos, perdão
Para lavar pés, dignidade
Para lavar corpo, amor.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Eu e ela



Lembrei de mim e de você. É bom, é mar, é coisa bacana que a gente sente. Sabe aquele dia que a gente brincou sem medida de nada? Bingo! Nossa felicidade sincera, e a gente curtiu, até o cansaço. Sempre trago essa lembrança para me sentir melhor, mais eu, mais sincero e tão puro feito algodão banhando em água de mamadeira. E a gente se perdeu, mas tenho você sempre comigo, e isso tira meu medo, por ter você cuidando de mim.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Translendário

Em sua 2ª edição, o translendário (calendário ilustrado com imagens de travestis) será lançado por um grupo de travestis de Fortaleza. Ano passado o tema foi 'imagens sacras', esse ano será 'símbolos religiosos'. Segundo o idealizador do projeto, Silvero Pereira, "o objetivo do calendário não é causar confusão, mas inserir os travestis na sociedade", e o traveco questiona: "Por que um travesti não pode ser associado a uma religião?".

Puta que pariu! Vai falar merda pras tuas negas, Silvero, ou negos, ou sei lá que porra são vocês. O traveco quer se associar a uma religião? Ele que procure uma que o aceite, se não existe, crie. Mas isso ninguém quer fazer, o negócio é bagunçar o que já é bagunçado, aparecer e sair por aí dizendo que sofre preconceito.

Como se não bastasse, o grupo também criou a "Nossa Senhora Protetora das Esquinas", santa protetora dos travestis que se prostituem nas esquina do nosso querido Brasil.

Uma das imagens do translendário de 2013 é a "deusa dos incubados", que foi inspirada no Thor. Puta que pariu de novo! É pena o Thor não descer por aqui e socar o seu martelo no rabo da travecada cearense. Pensando bem, melhor não, afinal, é disso que eles gostam.

Fonte da reportagem: G1

Eu e ele

Ele chorava de soluçar, um choro desconhecido, um choro carregado de tudo que ele não sabia o que era. E nos meus braços, ninei seu choro, e me senti um super-herói.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Femen e o BBB


Na última terça-feira foi a estréia do programa-que-você-sabe-qual-é-mas-não-pode-dizer-o-nome, e como se não bastasse o show de peitos e bundas da biscaitada participante, três mulheres do Femen Brasil fizeram um protesto contra a "alienação social causada pelo programa". Foram ao shopping onde a "casa de vidro" do tal programa encontra-se instalada, e mostraram seus peitos murchos. Puta que pariu!
E se a moda pega, daqui a pouco a gente começa a ver por aí Kid Bengala com seu mastro de ébano, e na frente dele, a turma que senta no kibe e seus fulecos. E todos a defender causas nobres, sem roupa, sem lenço, sem porra nenhuma, mas em nome da felicidade geral da nação.
E lembrei agora de uma frase do Xicó (Auto da Compadecida), "do jeito que as coisas tão, eu num me admiro mais de nada".

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Amor do meu amor

Meu amor, já me perdi em você, e para você. Lembrei daquela noite, nossa primeira. Uma garrafa de rum e o violão. Nem ouvi direito as cordas, só fitava sua boca com tanto desejo, terminei me perdendo em ti. E me perdi mesmo, toda, e você se aproveitou de mim, da maneira como quis.
Você é uma pessoa que faz a gente se perder, e me perco, mas sei que muitas já perderam o rumo contigo. Nunca esqueci você, mesmo! Quase sempre aqui comigo, teu gosto, teu sexo, teu cheiro e tuas manias chatas, que tanto não gosto, como gosto.
E hoje acordei n'outro ano, e penso em você, puta que me pariu! E nada de planos, e nada de nada. Apenas aquela vontade de deitar você nas minhas pernas, e dizer que te amo, ou te mamo, sei lá.