quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Eu espero e gosto

Com exceção da  Nicole Kidman no filme De Olhos Bem Fechados, e uma namorada que tive por volta de dois mil e alguma coisa, toda mulher demora a se arrumar. Não importa se vai ao cinema ou casamento, a espera é certa. Isso é coisa que o homem não gosta, não suporta, principalmente se o sujeito está esperando a namorada na sala junto ao sogro, que assiste a um programa qualquer e pensa: porra, esse carinha anda a papar minha filhota. É tortura, e das grandes. Mas quando se casa, ou junta os panos de bunda, se amanceba, a coisa muda de figura. Passamos de meros esperadores, a um voyeur. E aí começa a maravilha de espetáculo.

Quando ela liga o chuveiro, é hora de desligar a TV e acomodar na cama. Se a pequena deixa aporta aberta, melhor ainda, pois o som da água descendo e o cheiro do sabonete misturado ao shampoo tomam conta do quarto. Após o banho, ela entre no quarto soltando a toalha molhada em cima da cama e vai ao guarda-roupa, depois passa em frente à cama só de calcinha, e você lá, estátua. Com um hidratante na mão, começa o ritual cremoso, cheiroso e gostoso. Quanta delícia pode haver numa mulher passando hidratante? Muitas, tantas! Volta ao guarda-roupa e pega um vestido, veste, fica em minha frente e pergunta se ficou bonita. Digo que sim, mas ela nunca vai com o primeiro vestido, ou segundo, ou terceiro. E diante de tantas colocadas e tiradas de roupa, me sinto um garoto a olhar por buracos de fechadura.

Por fim, cabelo, maquiagem e perfume no banheiro, e é nessa hora que vou tomar banho, deixo o box aberto, chuveiro caindo pouca água, e fito em cada detalhe, pois a noite só está começando e ela não calçou nem o sapato.

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