terça-feira, 27 de novembro de 2012

O Preço.



Vamos rolando a bola
Não existe neve
Correr catando pedaço de tempo
E não há tempo suficiente.
Preso em trânsito
Escritório frio e tenso
O dia as vezes
É mais pesado que a noite.
Lá fora todos dormem
Em cabanas podres
Ou quase todos.
A puta fica puta sozinha
Um velho na porta da igreja
O frio martela sua artrite
Ônibus que corre cruzando sinal
A rua é vermelha de sangue
E um táxi passa rápido.
Água fina caiu do céu
Que aguou o chão
E teimou para entrar em bueiro.
Rua em silêncio de motor
Embaixo de árvores outros carros
Escondida, a lua fica calada
E a luz do poste é quente.
Amanhã outro dia que passa
E pesada segue a vida
Torturando, silenciosa, lenta e fria
Transformando fôlego em agonia
Mostrando a morte da gente.

Nenhum comentário: