sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O Dia dos Infernos





Há dias que a chuva não dava trégua por essas bandas. Mas desde ontem, o queridinho Pedro resolveu fechar a pinta por aqui. E se instalou a festa no Largo da Carioca. Alguém usando patins e imitando o finado dono da terra do nunca; outro fazendo pose de estátua, todo pintado; um sujeito com uma bicicleta em que o guidão é solto, oferece 50 Dilmas para quem andar na magrela, e por aí vai... E como não poderia faltar, estava lá, ele, o cristão louco, a porra louca que urra a merda que deveria sair pelo rabo.

O sujeito de quem falo, é esse baixinho aí no canto. Tanto lugar na praça, e o tal resolve instalar sua placa ao lado de uma banda dos nossos irmãos da Argentina (por sinal muito boa, que toca música instrumental, mas isso é assunto pra outro post)? Mas para antecipar o dizer do seu cartaz, ele queria começar o inferno aqui.

Longe de mim querer ouvir o maluco, inda mais tentar fazer qualquer tipo de interação com o tal, mas não pude me conter. Tentei não prestar atenção na sua voz que saía de um falante pendurado em seu pescoço. E ele lá, soltando tanta bobajada, que faria qualquer Jó perder as estribeiras: muitos são chamados, mas poucos escolhidos, porque vocês não prestam nem pra fazer sabão; eu acho é pouco esse pessoal que morreu na boate, estavam fazendo coisa do demônio; e blá blá blá. Vez por outra alguém passava por ele e dizia alguma coisa.

Eu na minha, estava encostado num poste com uma lata de cerveja na mão e um cigarro na outra e ele solta: vocês que bebem cerveja e fumam maconha, acham que vão para o céu? Vocês não valem nada, estão todos mortos... Foi a gota. Minha putice que já estava transbordando por conta do comentário sobre o acidente na boate, foi pra puta que pariu. Não pude me conter, fui até o calhorda e mandei um belo vá toma no olho do seu cú.

Comprei um CD da banda argentina, fiz uma foto deles, depois uma do idiota e zarpei. Mas lá fui, e pensando no tal inferno e nas pessoas legais que vou encontrar por lá, sorri.

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